quarta-feira, 8 de outubro de 2014

INFLUÊNCIA DA MÍDIA - Mídia e incremento da violência



Extraído do site Jus.com.br/artigos


O autor Luiz Flávio Gomes do artigo "Mídia e incremento da violência".De acordo com o autor"é necessário investigar o quanto que as mídias, especialmente a televisão, tem contribuído para a má formação das crianças, influenciando comportamentos violentos". 

Segundo o autor vivemos na era da comunicação e da informação (Manuel Castells), faz todo sentido perguntar se grande parte da programação da mídia, destacando-se a policial e a sanguinária, poderia (ou não) estar concorrendo para o incremento da violência. Quanto dessa (muitas vezes nefasta) programação interfere na formação da personalidade das crianças? A criança que vê (muita) violência na TV será um adulto violento? 

Para o autor referido, nos países mais evoluídos já está sendo discutido um "código de ética deontológico" sobre o respeito e a ética, podemos verificar da parte do texto transcrito, abaixo:

Nos países mais avançados (ou seja: nos países em que “a besta humana já está se transformando num animal domesticado”, como dizia Nietzsche: A genealogia da moral, p. 46), tudo isso está sendo discutido diuturnamente: fala-se em “código deontológico”, respeito à ética, legislação dura, controle estatal etc. Nos países menos evoluídos e, em consequência, mais violentos e menos controlados (em que a “besta humana” ainda está longe de se ter transformado num “animal domesticado”), a polêmica raramente é posta em pauta, não tendo a população em geral muita consciência da problemática.

Para se saber se a programação violenta interfere ou não na personalidade das crianças vale a pena ver o livro "Handbook of Children and Media", de Dorothy Singer e Jerome Singer (org.), que é uma extensa coletânea de artigos sobre a relação da Criança com as Mídias. Gilka Girardello (veja no google “mídia e criança”) sublinhou (em relação ao livro), dentre outros aspectos, os seguintes:

a) a relação das mídias com os medos, ansiedades e percepções de perigo das crianças, que é discutida por Joanne Cantor no capítulo 10. A autora conclui que de acordo com a somatória das pesquisas recentes, os conteúdos das mídias podem, sim, ter efeitos prejudiciais consideráveis sobre o bem-estar emocional das crianças. Ela lista as implicações disso para pais e educadores, e aponta a necessidade de medidas institucionais mais fortes para a proteção das crianças quanto aos efeitos adversos das mídias; 

b) os efeitos da violência televisiva sobre a agressividade das crianças, que é o tema do capítulo 11, escrito por Brad Bushman e L. Rowell Huesmann. Para eles, a violência nas mídias não é a causa central da agressividade e da violência social, nem mesmo sua causa mais importante. Eles afirmam, porém, que “as evidências cumulativas de pesquisa revelam que a violência nas mídias é um dos fatores que contribui significativamente para a agressividade e a violência em nossa sociedade” (223-4).

Em suma, concluem os autores, “Combinada com a violência real que muitas crianças experimentam, existe uma alta probabilidade de que orientações agressivas e não pacifistas estejam sendo promovidas. Mas mesmo em contextos de baixa agressividade o conteúdo violento das mídias é apresentado em um contexto que o valoriza. Apesar de as crianças lidarem de formas diferentes com esse contexto em diferentes culturas, a presença transcultural do problema reflete o fato de que a agressão é interpretada como uma boa solução para os problemas em diversas situações.” (p. 267).

Sugiro para que leiam o texto do autor na íntegra, concluindo que propagação de informações negativas e violentas num período continuo poderá sim influência pois as crianças estão em formação, bem como a sociedade no todo. 

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